quinta-feira, 4 de junho de 2009

OS PRIMEIROS - E ILUSTRES - MORADORES

Foram os primeiros moradores de Ipanema alguns dos homens mais importantes do Brasil naquela época. Um foi o Senador João Leopoldo de Modesto Leal, Conde de Modesto Leal pela Santa Sé (1860? -1936), e que tendo começado na vida como vendedor de sucatas, chegou a ser o homem mais rico da “República Velha”. Basta dizer que ele era o maior contribuinte do Imposto Predial da Capital da República, de 1902 a 1918. Era também Diretor da “Companhia Jardim Botânico” e grande acionista de outras empresas de bonde. Foi um dos fundadores do “Clube de Engenharia” em 1884. Foi dos primeiros “aventureiros” de Ipanema. Além dessa morada, possuía imensa chácara de veraneio em Paquetá, na “Praia Grossa”, comprada em 1930 de Henrique Lage, bem como trinta fazendas de café no “Vale do Paraíba”. Dizia-se que podia ir do Rio às Minas Gerais só percorrendo suas terras. Depois se mudou para Laranjeiras, onde até hoje existe seu imenso palacete.

Outro foi o banqueiro e Comendador José de Chaves Faria (1848-1915), que gostava de praia, pois foi também o primeiro morador do bairro do Leme. Chaves Faria era igualmente grande acionista da “Companhia Jardim Botânico”, e vereador, conseguindo que a Câmara aprovasse rapidamente o projeto de loteamento da “Villa Ipanema”. Não é de hoje que vereadores legislam em causa própria...;

Também montaram casa em Ipanema a Família Barreiros Vianna; a família do advogado e Senador Antônio Ferreira Vianna (1840? -1903), que foi Presidente da Câmara de Vereadores em 1869/73, e Ministro da Justiça em 1888/89, e do Império em 1889. Ferreira Viana foi de 1896 a 1903 advogado da “Companhia Jardim Botânico”.

Outro pioneiro foi o médico oftalmologista Dr. José Cardoso de Moura Brasil (1845-1928), grande benfeitor do “Liceu de Artes e Ofícios” e pioneiro da oftalmologia no Brasil.

Um dos mais lindos palacetes ecléticos da “rua 20” era o do Sr. Antônio Van Erven, vulgo “Libra Esterlina”, projetado pelo arquiteto espanhol Adolfo Morales de Los Rios.

Um irmão de Antônio, Luís Van Erven, era “Diretor Geral de Obras e Viação da Prefeitura”, Prefeito do Rio de Janeiro em 1898 e Diretor do “Clube de Engenharia”, e um de seus fundadores em 1884. Ele muito facilitou a edificação de novos prédios em Ipanema.

Contudo, foi o Cônsul Geral da Suécia, Dr. Johan Edward Jansson quem ergueu em 1904 a mais pitoresca residência no Arpoador, batizada de “Castelinho”, que ficava na esquina de Vieira Souto com Rainha Elizabeth, onde existia a famosa casa que era, efetivamente, um castelo neo-mourisco com sua famosa torre panorâmica. Anos depois o castelinho foi vendido à Família Catão, sendo tal a permanência desse nome, que em 1966, muitos anos depois de demolida a residência dos Catão, perto dela surgiu o bar “Castelinho”, na Avenida Vieira Souto no. 100, de grande fama e ponto de encontro da juventude, demolido em fins dos anos 70.

Um comentário:

Dárcio disse...

Uma pequena correção: o nome do Comendador Chaves Faria não era José, mas Antonio. Antonio da Costa Chaves de Faria era filho do Barão de Faria; Banqueiro, foi Comendador do império e, após a proclamação da República, receoso de sua vinculação com a nobreza de Portugal, passou a assinar-se apenas "A.C. Chaves Faria". Foi Vereador da ultima Camara Municipal do Império, e mais tarde presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. O loteamento da Villa Ipanema foi feito pelo Conde de Ipanema, dono das terras, em 1894, já no período republicano.