quinta-feira, 4 de junho de 2009

"BANHOS DE MAR"

Em 1900, ninguém de família ia à praia tomar banho, que era lugar de despejo, ou então local de tratamento de doentes por hidroterapia. O hábito de banhos de mar só toma vulto por volta de 1910, por influência dos hábitos franceses congêneres na Côte D`Azur. Prefeitos os mais diversos tentaram nas décadas de 10 e 20 normalizar os banhos de mar, estabelecendo horários para os mesmos, tanto no inverno quanto no verão, com severas disposições quanto aos trajes, particularmente os femininos.

A mais famosa legislação foi a do Prefeito Álvaro Alvim em 1917. O horário dos banhos era limitado. De 01 de abril a 30 de novembro era das 06:00h às 09:00h, e das 16:00h às 18:00h. De 01 de dezembro a 31 de março, era das 05:00h às 08:00h, e das 17:00h às 19:00h. Nos domingos e feriados havia uma tolerância de 01:00h a mais. Era exigido dos banhistas um vestuário apropriado e necessária decência. Eram igualmente proibidos ruídos e vozerio. A multa por infringir tais posturas era de 20$000 réis ou 05 dias de prisão.

Nada disso adiantou. A praia demoliu essas pretensões, firmando-se como território livre, característica que nem o Regime Militar conseguiu restringir. A praia era o território sem barreiras do Rio, onde não existiam diferenças sociais e todos andavam quase despidos.

Nos anos 70, o banho de mar havia se tornado tal especialidade dos ipanemenses que, em 1970, surge nas praias de Ipanema a famosa tanga, inspirada no vestuário sumário das índias brasileiras. As primeiras a usar foram as atrizes Leila Diniz e Tânia Scher, numa peça intitulada “Tem Banana na Banda”, estreada em janeiro no teatro “Poeira”.



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